Suzana Herculano-Houzel, renomada neurocientista brasileira, tem se destacado no cenário científico mundial por suas descobertas revolucionárias sobre o funcionamento do cérebro. Nascida no Rio de Janeiro em 1972, Suzana formou-se em Biologia Genética pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aos 19 anos e seguiu o caminho da neurociência, realizando sua formação posterior nos Estados Unidos, França e Alemanha. Seu trabalho inovador inclui um novo método de contagem de neurônios, a relação entre a área e espessura do córtex cerebral e o número de dobras em sua superfície, além de uma teoria sobre a evolução do cérebro humano relacionada ao domínio do fogo e ao cozimento de alimentos.

Divulgação Científica:

    Além de sua excelência acadêmica, Suzana Herculano-Houzel se destaca por sua habilidade em comunicar a ciência de forma acessível ao público leigo. Ela foi a primeira brasileira a dar uma palestra no prestigiado evento TED e tem se dedicado a falar sobre o funcionamento do cérebro no dia a dia, explorando temas como a neurociência das emoções, do processo decisório e da personalidade. Suzana criou um site, escreveu livros, publicou artigos científicos nas mais importantes revistas do mundo e apresentou uma série sobre neurologia na TV aberta, aproximando a ciência das pessoas.

Desafios e Mudanças:

    Apesar de seu sucesso, Suzana enfrentou desafios em sua carreira no Brasil. Após lecionar na UFRJ e chefiar o Laboratório de Neuroanatomia Comparada, a cientista se decepcionou com a falta de investimento do governo federal em pesquisas científicas, chegando a financiar seus próprios projetos. Em 2016, Suzana decidiu retornar aos Estados Unidos, aceitando uma proposta da Universidade Vanderbilt, em busca dos recursos necessários para continuar seu trabalho. Ela acredita que, nos EUA, poderá fazer mais pela ciência brasileira do que permanecendo no país.

Descobertas Revolucionárias:

    As contribuições de Suzana Herculano-Houzel para a neurociência são vastas e significativas. Ela descobriu que o número médio de neurônios no cérebro humano é de cerca de 86 bilhões, e não 100 bilhões, como se acreditava anteriormente. Sua teoria sobre a evolução do cérebro humano, relacionada à dieta baseada em alimentos cozidos, ganhou destaque na comunidade científica. Segundo Suzana, essa dieta permitiu a ingestão de mais calorias e energia, impulsionando o desenvolvimento do "supercérebro" humano. Além disso, o tempo livre resultante da menor necessidade de buscar alimentos foi investido no desenvolvimento de outras habilidades importantes para a evolução humana.

Diferenças entre Homens e Mulheres:

    Suzana também tem se dedicado a estudar as diferenças entre os cérebros masculino e feminino. Ela afirma que as mulheres têm maior capacidade de alternar tarefas, possivelmente devido às demandas da maternidade. Outras diferenças incluem a forma como homens e mulheres se orientam no espaço e respondem a estímulos sexuais. Segundo a neurocientista, os homens tendem a se guiar por direção e distância, enquanto as mulheres se baseiam em marcos visuais. Além disso, o cérebro masculino é mais facilmente estimulado sexualmente por imagens vagamente relacionadas a sexo, enquanto as mulheres geralmente necessitam de estímulos mais diretos ou elaborados.

Preferência Sexual e Ativismo:

    Suzana Herculano-Houzel também aborda temas polêmicos, como a preferência sexual. Ela afirma categoricamente que a orientação sexual é inata e determinada biologicamente antes do nascimento, não sendo uma "opção". A cientista critica justificativas baseadas em religião para discussões como o aborto e defende um Estado verdadeiramente laico. Como ateia, Suzana relata sentir-se discriminada por seu posicionamento não religioso e luta para não ser considerada "pior do que os outros" por não acreditar em Deus.

    Suzana Herculano-Houzel é um exemplo inspirador de uma mulher que se destaca em um campo ainda dominado por homens. Suas descobertas revolucionárias sobre o cérebro humano e sua habilidade em comunicar a ciência de forma acessível têm contribuído significativamente para o avanço da neurociência. Apesar dos desafios enfrentados no Brasil, Suzana segue determinada a continuar seu trabalho inovador, inspirando mais mulheres a seguir carreiras científicas e beneficiando a sociedade com seus insights sobre o funcionamento do cérebro. Ela é uma verdadeira "gênia" brasileira, cujo impacto na ciência e na divulgação científica é inestimável.